Machado de Assis - Memórias póstumas de Brás Cubas
Sá Editora, São Paulo, 2001. 189 pp.
[excelente estado]
Esta é a obra mais inovadora de Machado de Assis, aquela em que um defunto narra a sua história do fim para o princípio. A ironia da dedicatória "ao verme que primeiro roeu estas frias carnes do meu cadáver" anuncia um romance desconcertante no estilo.
Na vasta obra de Machado de Assis existe um antes e um depois das Memórias Póstumas, romance a ter a primeira edição em livro em 1881 e que já fora publicado em crónicas na Revista Brasileira, ao longo do ano anterior.
A história narrada por um defunto, contada de trás para a frente, construída em total experimentalismo, inaugura um novo estilo que não se inscreve em nenhuma das correntes estéticas que atravessaram o seu tempo. Imune às escolas do romantismo, do naturalismo e até mesmo do realismo, o escritor afirma-se pela originalidade, sempre atento à natureza humana e aos costumes da sociedade do Rio de Janeiro, terra onde nasceu em 1839 e onde viria a morrer em 1908.