O livro de Cesário Verde e poesias dispersas
4.ª ed., Europa-América, 2000. 227 pp.
[miolo como novo, brochura com ligeiras marcas de uso]
Poeta do concreto, das quadras simples, Cesário Verde é um dos precursores do modernismo em Portugal. No seu tempo foi ostensivamente ignorado. O reconhecimento, a admiração, vieram muito depois da morte, aos 31 anos de idade.
Poeta do século XIX, Cesário Verde nasceu na rua dos Fanqueiros, em Lisboa, a 25 de fevereiro de 1855. Sabemos que frequentou o curso de Letras, que um incêndio na casa de campo da família destruiu muito do que escrevera, que foi um comerciante, homem da pequena burguesia e republicano convicto. Sabemos pouco para traçar uma biografia exaustiva do senhor Verde mas, lendo com atenção o seu único livro, ficamos a saber que inventou uma nova poesia.
A aventura literária de Cesário Verde começa no “Diário de Notícias”. Os versos são publicados e mal recebidos pelos seus contemporâneos e críticos literários. Ninguém estava preparado para aquela poesia, tão diferente da que se fazia na altura, da corrente melodramática e romântica que a todos agradava.
Cesário transgride na forma e no conteúdo. Prefere quadras a sonetos. Escolhe temas não poéticos, coisas prosaicas do quotidiano, que descreve sem sentimentalismos, recorrendo a palavras vulgares em vez de pesados vocábulos e frases de sentidos difíceis. Lisboa é a personagem principal dos seus poemas. O poeta observa atentamente o que se passa, filtra e capta a cidade nos seus múltiplos ângulos e descreve o que vê em concisos instantâneos impressionistas.